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quarta-feira, 28 de março de 2012

Motos e farol alto

Nos primórdios deste blog, fiz um post sobre as motos e as infrações de trânsito e dei uma pequena pincelada sobre o uso de farol alto (que definitivamente não são as únicas a utilizarem deliberadamente este recurso). Mas resolvi voltar a este assunto porquê além de cada dia mais percebo um percentual maior de motos usando o farol alto, principalmente durante o dia (lembrando que isso não é um dado estatístico, apenas a minha percepção durante meus trajetos).

No vídeo acima, postado no CanalAntiFe no youtube, ele defende muito o uso do farol por todos os veículos durante todo o dia em qualquer condição, o que de fato aumentaria a percepção mutua por todos os veículos. Mas tem um ponto que é bastante discutível que aos 1:02 ele incentiva a usar a luz alta. Depois de uma pequena discussão nos comentários o dono do canal me solta um "infelizmente não dá pra agradar todo mundo" e deu a discussão por encerrada.

Então quero elucidar um pouco mais essa questão e dar um enfoque mais técnico em porquê o farol alto atrapalha os outros motoristas e é ruim para convivência pacífica no trânsito.

Primeiramente, a legislação brasileira é bem restritiva ao uso do farol alto.

Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de forma a perturbar a visão de outro condutor:
         Infração - grave;
         Penalidade - multa;
         Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de iluminação pública:
        Infração - leve;
        Penalidade - multa.

Ou seja, todos os veículos têm de trafegar com seus faróis regulados, sem atrapalhar os outros motoristas e o uso contínuo do farol alto só é permitido em vias sem iluminação pública. Mas essa proibição é apenas chatura? Tem algum fundamento técnico? Não! Sim! E é isso que vou tentar explicar.


O que é a luz? A luz é uma onda eletromagnética que, para nosso estudo se encontra dentro do espectro visível para o olho humano. Dentro do espectro eletromagnético, a luz visível tem comprimentos de onda entre aproximadamente 400 e 800 nanômetros (frequência entre 400 e 480 THz para o vermelho e entre 715 e 800 THz para o violeta).



Algumas propriedades da luz são a velocidade de 300.000 km/s, viaja em linha reta e aplicabilidade da lei da reflexão em que o ângulo de incidência é igual ao ângulo refletido, com relação à normal a superfície


O farol do veículo é uma superfície complexa construída em superfície côncava com diferentes raios de forma que o facho refletido tenha um desenho particular.

A denominação de farol alto e baixo é referente ao direcionamento do facho principal. no primeiro caso é um facho mais disperso e direcionado a um ângulo mais alto, quando comparado com o farol baixo, que é mais concentrado e direcionado principalmente pra baixo.


O desenho acima mostra esquematicamente um corte longitudinal no farol com o farol baixo aceso e identifica bem o facho principal (Light (road)) e os fachos secundários que vão para o chão (Dispersed light) e que chegarão aos olhos dos outros motoristas (Dark (oncomming drivers' eyes)).

Esse facho refletido para os olhos dos outros motoristas é parte da homologação dos veículos nos órgãos competentes dos diversos países, ou seja a intensidade luminosa nessa região é controlada para que o veículo seja percebido pelos outros e não atrapalhe a visão dos outros motoristas.

Facho principal do farol baixo


Já no farol alto, como o facho é mais disperso e deveria ser apenas usado em estradas sem iluminação tem um alcance do facho principal aproximadamente duas maior e tem de iluminar a lateral da rodovia a intensidade luminosa que chega aos olhos dos outros motoristas, durante o dia ou a noite, ultrapassa o limiar do incômodo e por isso não deve ser usado deliberadamente.

Facho principal do farol alto
Na região da visão do outro motorista (seja pelo retrovisor ou vindo pela pista contrária) a intensidade luminosa (medida em potência por área [W/m²]) que vem pelo farol baixo é um fator de projeto para para que o veículo que emite a luz seja visto, percebido, sem no entanto incomodar os outros motoristas. Já utilizando o farol alto essa intensidade luminosa é muito mais alta e incomodará os outros motoristas seja durante o dia ou a noite, seja o veículo emitente um carro, moto ou caminhão, por que o objetivo do farol alto é o aumento do alcance do mesmo e não tem o compromisso de não incomodar os outros motoristas.

Por último, mas com toda certeza não menos importante, quem dirige com o farol alto tem um argumento de que o fazem para aumentar sua própria segurança. Isso não é verdade, visto que no projeto do farol a intensidade do facho na área de visão dos outros motoristas têm de garantir que o veículo emitente seja visto em qualquer condição de iluminação.

Por esses motivos é proibido usar farol alto deliberadamente. Espero que fique claro e contribua para um trânsito mais gentil e onde todos possam se respeitar.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Impostos ou ganância?




O post de hoje é sobre que me irrita profundamente. O preço dos carros no Brasil. Todos sabemos que nos EUA pelo preço dos nossos carros populares podemos comprar carros com motores (preferência daquele mercado), ou com maior número de equipamentos que aqui são opcionais (quando são!) ou, pior ainda, de qualidade de fabricação infinitamente superior aos nossos carros.
Lógico que muitos podem dizer que o mercado americano é atípico e seus preços são bem abaixo dos carros no mercado europeu, por exemplo. Mas mesmo o mercado europeu, onde os preços dos carros são mais próximos aos nossos, os carros são mais equipados que os nossos e a qualidade, também é infinitamente superior.
Muitos culpam unicamente a nossa elevada carga tributária por essa discrepância de preço. Realmente, isso tem uma grande influência, mas não a única. Há algum tempo descobri que existem uma série de carros que são produzidos aqui e a cadeia toda paga os impostos brasileiros (particularmente o IPI e o ICMS), são exportados para diversos países, com ou sem acordos bilaterais para o imposto de importação, e preços abaixo dos mesmos carros aqui no Brasil.
Logicamente que o valor de mercado de um determinado veículo aqui no Brasil é maior que nos países para onde esse carro é exportado. Logo se a montadora que seu carro naquele mercado seu preço ser corrigido para o preço local. Isso vai diminuir a margem de lucro da montadora ou até mesmo zerar a ML ou dar prejuízo.
Que a margem de lucro das montadoras aqui no Brasil é absurda eu já sabia, mas ficou muito claro quando a nossa imprensa noticiou que o Honda City seria exportado para o México com um preço 40% menor. Ou seja o mesmo carro que aqui é vendido por R$53.000, lá será disponibilizado aos consumidores por R$32.000.

Fazendo contas simples (fictícias, não tenho acesso aos dados contábeis da Honda), se a Honda assumir um prejuízo de R$2.000 por carro exportado para o México, e todo mês exportar 500 carros para lá (o que é pouco), terá um prejuízo mensal de R$1.000.000.

Lógico que dependendo da estratégia da empresa, pode ser vantajoso assumir um prejuízo assim, por exemplo, não perder mercado, enquanto uma expansão na produção não pode ser feita. Mas nessas singelas contas o carro fabricado aqui, já com todos os impostos e ignorando o valor do frete, custa R$34.000 para ser produzido, o que dá um lucro unitário de R$19.000 por veículo vendido e são vendidos cerca de 2.000 por mês.

Mas na faixa dos R$40.000 o City brigaria com Palio, Gol, Prisma (sem distinção de segmentos, ok), que são carros bastante inferiores.

Se hipoteticamente, deslocássemos todos preços proporcionalmente ao do City do nosso exemplo, haveria uma enorme procura pelos carros que as fábricas não conseguiriam entregar e acabaríamos por pagar ágil aos distribuidores para termos os carros. Ou seja a culpa é toda nossa por existir demanda pelos carros no preço que estão.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A alta do IPI - Será a solução para o nosso mercado?

Recentemente o governo aumentou em cerca de 30% para veículos importados. Isso incidirá sobre diversos veículos que rodam em nossas ruas, como os coreanos da Kia e Hiundai além de todos os chineses que estão desembarcando em terras tupiniquins. A medida visa diminuir a saída de dólares no país e impedir a contínua queda do dólar.

Obviamente, os importadores reagiram com rapidez, indignados com a medida sumária do governo. Principalmente as marcas que apelam para o "preço". Esse preço está entre aspas pois nesse grupo eu incluo carros como o Audi A1, BMW 118 que brigam por um nicho de preço mais baixo que normalmente seria onde essas marcas brigam.

Eu, particularmente, vejo algumas vantagens e desvantagens para o mercado automobilístico nessa medida. A principal desvantagem é a de que essas medidas protecionistas tendem a deixar as nossas montadoras já acomodadas vantagens competitivas que inibem os investimentos em novas tecnologias, modelos, etc. Isso acontece em qualquer seguimento, seja nos veículos Premium, que deviam concorrer com marcas conceituadas, ou nos populares, que viram a invasão de veículos chineses de baixo custo e muitos itens que nos nossos carros seriam opcionais (isso se fossem disponibilizados como opcionais).

Do outro lado, a grande vantagem para o consumidor acontece no lado "pobre" da tabela. É claro que esse aumento de 30% no imposto vai ser muito pesado para os chineses. Alguns importadores anunciaram que vão manter os preços, diminuindo assim suas margens de lucro e, eventualmente tendo de cobrir algum prejuízo. Ou seja, manter os preços é inviável por muito tempo, logo os chineses vão perder sua grande força: o preço; tendendo a diminuir suas vendas, livrando nosso mercado, já tão ruim em qualidade, comparado com os mercados europeu e americanos, de carros ainda piores.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A nova onda chinesa

Há algum tempo atrás publiquei em nossa página no facebook que eu conheci um dos símbolos dessa nova onda de carros chineses quando vi o JAC J3 num estande em um shopping.



O pouco contato que tinha tido com os veículos chineses havia sido com o EFFA M100 e não foi uma primeira impressão que me deixaria feliz.



O carro, que chegou para ser o carro mais barato do Brasil, era de péssima qualidade, tanto na construção, quanto no acabamento.

Assentos que pareciam que iam desmontar no primeiro passeio, fios aparentes, macaco minúsculo, que eu particularmente dúvido que aguentaria aquele carro, freio que me parecia extremamente mal dimensionado.

A falta de qualidade na construção deste carro era tão evidente que durante o teste de longa duração da revista quatro rodas (um teste super tradicional na revista em que os veículos são ficam a disposição dos jornalistas e rodam 60.000 km na mão de motoristas comuns.) teve de ser interrompido aos 42.100 km por falta de segurança, decisão até hoje nunca tomada nos 50 anos da revista.


Ou seja, era uma carro com padrões de construção e qualidade bem abaixo dos nossos carros aqui (que comparando com os carros europeus ou americanos já seriam considerados de baixa qualidade).

Pois a nova onda chinesa chegou com o mesmo foco em preço, mas prometendo uma qualidade maior. Apesar da aparente evolução, os padrões de qualidade dos carros ainda estão bem abaixo do padrão. Falando especificamente do JAC J3,  os cromados presentes na cabine dão a impressão de que em pouco tempo estarão descascados, o ajuste de altura do volante é extremamente duro, visando esconder alguma falha de projeto que o deixasse bambo e por ai vai.

Como ponto positivo percebi que os parafusos visíveis no vão motor eram os mesmos, demonstrando uma preocupação com a comunização de itens, o que facilitaria manutenção e achar esses parafusos no futuro.

No geral, a evolução foi boa, mas ainda falta muito para chegar nos nossos baixos padrões de qualidade. Além disso, nos últimos meses as vendas dos chineses têm começado a incomodar as nossas desleixadas fábricas, o que pode pressionar uma queda de preços, um aumento da qualidade ou aumento do número de itens de série, o que seria muito bom para nós consumidores.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O retorno do filho pródigo

É, passaram quase seis meses desde o último post. Por muitas vezes tinha assuntos bem bacanas que queria trazer pra cá, mas infelizmente a falta de tempo não deixava eu postar.

Mas como o bom tilho sempre volta pra casa, eu vou ativar novamente o Mitos e Autos, com postagens sempre bacanas. Conto com a colaboração de vocês, sugerindo assuntos.

Em tempo, estou testando fazer posts via Android. Espero que funcione.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Página no Facebook

Em tempo: sigam também nossa página no facebook. É só clicar gadget do facebook ao lado ou clicar aqui  e nos acompanhar e comentar com seus amigos!

FAQ Ford Fusion Hybrid


Como parte da campanha de marketing do lançamento do Ford Fusion Hybrid a marca lançou o site www.fusionhybridfaq.com.br/, que se propõe a responder as dúvidas acerca do carro.

O sistema é bem simples, onde você posta uma pergunta e um grupo de pessoas responde às perguntas na hora. A não ser que seja uma pergunta mais "cabeluda", por assim dizer.

O mitos e autos fez a seguinte pergunta:

"Como é feita a transição entre o motor elétrico e o motor a combustão? O motor a combustão recarrega a bateria do motor elétrico?"


Depois de uma pequena espera, a pessoa do outro lado da tela disse que essa pergunta era demasiadamente complexa para ser respondida naquele pequeno espaço e me pediu que enviasse a pergunta por e-mail que uma equipe de engenheiros responderia à minha pergunta.


Pois o Mitos e Autos enviou o e-mail para a Ford no dia 15 de dezembro e até o momento não obtivemos resposta. Será que os engenheiros (ou a equipe responsável por conseguir essa resposta deles) têm tantas perguntas assim para responder que mais de 20 dias não foram suficientes?.