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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Impostos ou ganância?




O post de hoje é sobre que me irrita profundamente. O preço dos carros no Brasil. Todos sabemos que nos EUA pelo preço dos nossos carros populares podemos comprar carros com motores (preferência daquele mercado), ou com maior número de equipamentos que aqui são opcionais (quando são!) ou, pior ainda, de qualidade de fabricação infinitamente superior aos nossos carros.
Lógico que muitos podem dizer que o mercado americano é atípico e seus preços são bem abaixo dos carros no mercado europeu, por exemplo. Mas mesmo o mercado europeu, onde os preços dos carros são mais próximos aos nossos, os carros são mais equipados que os nossos e a qualidade, também é infinitamente superior.
Muitos culpam unicamente a nossa elevada carga tributária por essa discrepância de preço. Realmente, isso tem uma grande influência, mas não a única. Há algum tempo descobri que existem uma série de carros que são produzidos aqui e a cadeia toda paga os impostos brasileiros (particularmente o IPI e o ICMS), são exportados para diversos países, com ou sem acordos bilaterais para o imposto de importação, e preços abaixo dos mesmos carros aqui no Brasil.
Logicamente que o valor de mercado de um determinado veículo aqui no Brasil é maior que nos países para onde esse carro é exportado. Logo se a montadora que seu carro naquele mercado seu preço ser corrigido para o preço local. Isso vai diminuir a margem de lucro da montadora ou até mesmo zerar a ML ou dar prejuízo.
Que a margem de lucro das montadoras aqui no Brasil é absurda eu já sabia, mas ficou muito claro quando a nossa imprensa noticiou que o Honda City seria exportado para o México com um preço 40% menor. Ou seja o mesmo carro que aqui é vendido por R$53.000, lá será disponibilizado aos consumidores por R$32.000.

Fazendo contas simples (fictícias, não tenho acesso aos dados contábeis da Honda), se a Honda assumir um prejuízo de R$2.000 por carro exportado para o México, e todo mês exportar 500 carros para lá (o que é pouco), terá um prejuízo mensal de R$1.000.000.

Lógico que dependendo da estratégia da empresa, pode ser vantajoso assumir um prejuízo assim, por exemplo, não perder mercado, enquanto uma expansão na produção não pode ser feita. Mas nessas singelas contas o carro fabricado aqui, já com todos os impostos e ignorando o valor do frete, custa R$34.000 para ser produzido, o que dá um lucro unitário de R$19.000 por veículo vendido e são vendidos cerca de 2.000 por mês.

Mas na faixa dos R$40.000 o City brigaria com Palio, Gol, Prisma (sem distinção de segmentos, ok), que são carros bastante inferiores.

Se hipoteticamente, deslocássemos todos preços proporcionalmente ao do City do nosso exemplo, haveria uma enorme procura pelos carros que as fábricas não conseguiriam entregar e acabaríamos por pagar ágil aos distribuidores para termos os carros. Ou seja a culpa é toda nossa por existir demanda pelos carros no preço que estão.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A alta do IPI - Será a solução para o nosso mercado?

Recentemente o governo aumentou em cerca de 30% para veículos importados. Isso incidirá sobre diversos veículos que rodam em nossas ruas, como os coreanos da Kia e Hiundai além de todos os chineses que estão desembarcando em terras tupiniquins. A medida visa diminuir a saída de dólares no país e impedir a contínua queda do dólar.

Obviamente, os importadores reagiram com rapidez, indignados com a medida sumária do governo. Principalmente as marcas que apelam para o "preço". Esse preço está entre aspas pois nesse grupo eu incluo carros como o Audi A1, BMW 118 que brigam por um nicho de preço mais baixo que normalmente seria onde essas marcas brigam.

Eu, particularmente, vejo algumas vantagens e desvantagens para o mercado automobilístico nessa medida. A principal desvantagem é a de que essas medidas protecionistas tendem a deixar as nossas montadoras já acomodadas vantagens competitivas que inibem os investimentos em novas tecnologias, modelos, etc. Isso acontece em qualquer seguimento, seja nos veículos Premium, que deviam concorrer com marcas conceituadas, ou nos populares, que viram a invasão de veículos chineses de baixo custo e muitos itens que nos nossos carros seriam opcionais (isso se fossem disponibilizados como opcionais).

Do outro lado, a grande vantagem para o consumidor acontece no lado "pobre" da tabela. É claro que esse aumento de 30% no imposto vai ser muito pesado para os chineses. Alguns importadores anunciaram que vão manter os preços, diminuindo assim suas margens de lucro e, eventualmente tendo de cobrir algum prejuízo. Ou seja, manter os preços é inviável por muito tempo, logo os chineses vão perder sua grande força: o preço; tendendo a diminuir suas vendas, livrando nosso mercado, já tão ruim em qualidade, comparado com os mercados europeu e americanos, de carros ainda piores.